Uma família para receber a sua.

Ensino e liderança: princípios fundamentais para um líder-mestre

25-09-2011 02:57

 

O dom de ensinar é uma capacitação divina para esclarecer, defender e proclamar as verdades inerentes à Palavra e ao Reino de Deus(Rm 12.6,7; I Co 12. 28; IITm 2.2).

O verbo "ensinar" vem do latim insignare e significa instruir, lecionar, educar, doutrinar, dar conhecimento a outrem. Ensinar não é somente transferir conhecimentos de uma cabeça a outra; não é somente comunicar. É fazer pensar, estimular para a identificação e resolução de problemas; é ajudar a criar novos hábitos de pensamento e ação.

Se perguntarmos a um leigo o que significa ensinar, certamente ouviremos as seguintes respostas: “Ensinar é transmitir conhecimentos” ou “é transferir para o aluno tudo aquilo que o professor aprendeu”. Essas proposições estariam corretas se não colocasse o aprendiz na condição de mero espectador.

Por meios de recentes estudos no campo da didática, alguns educadores preferiram considerar o ensino como técnica capaz de formar uma série de condicionamentos. Daí a expressão: “Ensinar é formar hábitos”. Posteriormente, surgiu uma nova definição: “Ensinar é dirigir ou orientar tecnicamente a aprendizagem”. Mediante essa posição, a maioria dos pedagogos concorda que o processo de ensinar tem como consequência obrigatória a aprendizagem.

Objetivos do dom de ensinar

Os líderes do quíntuplo ministério, segundo Efésios 4.11-13, foram chamados com três objetivos específicos e ordenados: capacitar os santos; servir às necessidades da Igreja; e edificar o Corpo de Cristo. Mas o principal em relação à Igreja é, sem dúvida, conduzi-la à plena maturidade (Efésios 4.13). Como?

  • Que todos os crentes possam não apenas alcançar a fé em Cristo, mas a “unidade da fé”.
  • Que todos os crentes possam não apenas tem algum conhecimento a respeito de Cristo, mas ter o “pleno (epignosis) ou total conhecimento” do Filho de Deus.
  • Que todos os crentes possam não apenas crescer em Cristo, mas chegar “à medida da estatura completa de Cristo”.

Somente, então, irão tornar-se maduros. Literalmente, “irão tornar-se pessoas perfeitas e totalmente amadurecidas” (Cl1.28)

 

Líder-mestre: princípios fundamentais

 

Princípio 1: Cristo designou os líderes-mestres a fim de prepararem os santos para a obra do ministério.

 

Isso significa que o líder-mestre não deverá preocupar-se em apenas transmitir conteúdos bíblicos para os seus liderados. Pouco adiantará se eles receberem apenas informações e instruções acerca do ministério. Eles terão de ser preparados e treinados.

“...querendo o aperfeiçoamento dos santos...”

“Aperfeiçoamento”, do grego katartizo, significa consertar, restaurar, colocar em ordem (diz respeito à cirurgia de osso quebrado para ajustar sua função no corpo). Significa tornar alguém pronto para o serviço do ministério. Aqui, percebemos que a principal tarefa do líder-mestre é preparar seus liderados para fazer alguma coisa. Seu foco principal precisa ir além do conhecimento e se concentrar em aplicar na prática o que foi aprendido.

Segundo o professor Ralph W. Tyler, “a aprendizagem se realiza através da conduta ativa do aluno, que aprende mediante o que ele faz e não o que faz o professor”. Como preceituou o especialista Robert Wiener, “não é a quantidade de informação emitida que é importante para a ação, mas antes a qualidade e medida de informação capaz de estabelecer-se o bastante num dispositivo de armazenamento e comunicação, de modo a servir de gatilho para a ação”.

Atualmente, diante da explosão de conhecimentos, o mestre deve selecionar as informações que realmente são importantes. Deve fazer com que os discípulos atinjam níveis cada vez mais altos de reflexão, autonomia e aplicação adequada dos conhecimentos. Muitos mestres no passado achavam que deviam selecionar um grande acervo de informações e amontoá-lo na mente de seus discípulos. Hoje, porém, sabemos que a função do professor não se resume apenas na apresentação de fato a seus alunos. É preciso conduzi-los à compreensão e aplicação pessoal dessas informações.

As informações contidas em um livro não são consideradas conhecimento até que sejam colocadas em prática por quem as lê. Muitos crentes têm apenas informações acerca da Palavra de Deus, e não conhecimento, visto que não a praticam.

 

Princípio 2: Os santos constituem o público alvo dos líderes-mestres.

“...querendo o aperfeiçoamento dos santos...”

O líder-mestre deve ensinar e treinar crentes, não descrentes. A pregação e o ensino  deverão visar à preparação  dos santos e não à evangelização dos não crentes. O líder-mestre deverá preparar aqueles que sairão a campo para pregar a Palavra.

 

Princípio 3: A obra do ministério  realizada pelos santos é resultado da preparação feita pelos líderes-mestres. Mas os santos estão realmente realizando a obra?

“... na medida em que cada parte realiza a sua função e pelo auxílio de todas as partes juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor” (Ef 4.16 – NVI)

 

Necessidade de avaliar nosso trabalho

 

  • Em qual ministério os santos preparados por nós estão envolvidos? Qual a natureza desse trabalho?

“...obra do ministério...”

Isso diz respeito à qualidade e direcionamento do nosso ensino. O que Deus deseja que realmente ensinemos? Como? O eu nossos alunos devem aprender? A ênfase de Deus sempre recai sobre o que eles poderão aprender e fazer. Mas nós, líderes-mestres, quase sempre enfatizamos aquilo que fazemos. Enquanto Deus valoriza mais a obra do ministério, nós, geralmente, damos mais valor ao conteúdo que temos a transmitir.

 

  • Quantos de nossos discípulos estão realmente envolvidos na obra do ministério?

 “...cada parte...”

A ênfase está na total participação de todos os santos. E você se preocupa com o percentual que não está participando?

 

  • Nossos discípulos estão fazendo exatamente aquilo para  qual foram chamados?

“...cada parte realiza a sua função...”

 

Deus concede a cada crente um dom espiritual para um propósito específico no ministério. Não podemos dizer que cumprimos nossa tarefa apenas porque nosso alunos estão “fazendo alguma coisa para Deus”. Eles precisam fazer aquilo para o qual formam comissionados pelo Senhor.

  • Nossos discípulos estão realizando uma obra de excelência em termos de qualidade e quantidade?

“...uma obra excelente...”(versão inglesa)

 

Tudo o que Deus faz é excelente. Por isso, Ele espera que treinemos nossos discípulos continuamente, até que consigamos melhorar seus desempenhos. O padrão deve ir além do simples “pôr à prova o conhecimento do conteúdo”. Deus não está interessado apenas em que “os santos” estejam trabalhando, mas que atuem eficientemente.

 

  • Qual é o percentual de crescimento de nossos alunos?

“...faz o aumento do corpo...” “...o corpo cresce...”

 

O crescimento do “corpo” se dá por meio do ensino da Palavra de Deus. Por que a Igreja Primitiva cresceu tanto? (At 2.42, 47)

 

  • Os alunos estão ministrando uns aos outros?

“...edifica-se a si mesmo em amor”.

Apesar de nossa enorme responsabilidade, não somos os únicos responsáveis pelo ensino de nossos discípulos. Tudo que ensinamos é automaticamente repassado entre eles. É a lei da multiplicação (II Tm 2.2)

 

Artigo de Marcos Tuler, Revista Ensinador Cristão, CPAD, ano 12 n. 47

 

Voltar

Procurar no site

Que o Senhor Jesus te abençoe!